Um ano de descobertas: 10 avanços de pesquisa da Mayo Clinic que estão impulsionando a medicina
Mayo Clinic
ROCHESTER, Minnesota — Da descoberta de medicamentos impulsionada por inteligência artificial a terapias regenerativas e ferramentas neurológicas de última geração, pesquisadores da Mayo Clinic alcançaram avanços significativos em 2025 para prever, prevenir e tratar algumas das doenças mais graves e complexas do mundo.
Essas descobertas refletem o progresso em três grandes frentes de inovação da Mayo Clinic.
Médicos e cientistas da instituição trabalham de forma integrada para desenvolver ferramentas capazes de prever e interceptar processos biológicos antes que evoluam para doenças ou progridam para condições complexas e de difícil tratamento, por meio da iniciativa Precure.
Eles também estão avançando no desenvolvimento de novas curas para a falência de órgãos terminais, indo além do transplante tradicional, como parte da iniciativa Genesis.
Além disso, estão unindo conhecimento clínico à engenharia de ponta para oferecer novos métodos de diagnóstico e terapias neurológicas inovadoras por meio da iniciativa Bioelectronics Neuromodulation Innovation to Cure (BIONIC).
1. 'Ensaios clínicos virtuais' podem prever o sucesso de medicamentos para insuficiência cardíaca
Pesquisadores da Mayo Clinic criaram os chamados “ensaios clínicos virtuais”, que aceleram a descoberta de terapias ao reduzir tempo, custos e o risco de estudos malsucedidos, combinando modelagem computacional avançada com dados reais de pacientes, no âmbito das iniciativas Precure e Genesis. Por meio de um desses ensaios virtuais, foi desenvolvido um novo método para prever se medicamentos já existentes podem ser reaproveitados para tratar a insuficiência cardíaca, um dos maiores desafios de saúde global.
“Os ensaios clínicos continuarão sendo sempre essenciais”, afirma Cui Tao, Ph.D., titular da Cátedra Nancy Peretsman e Robert Scully de Inteligência Artificial e Informática e vice-presidente de Informática da Plataforma Mayo Clinic. “Mas essa inovação demonstra como a inteligência artificial pode tornar a pesquisa mais eficiente, acessível e economicamente viável. A integração de emulação de ensaios, simulação, ensaios sintéticos e modelagem de conhecimento biomédico abre caminho para um novo paradigma na ciência translacional.”
2. Nova descoberta pode abrir caminho para terapias regenerativas em doenças pulmonares
Pesquisadores da Mayo Clinic identificaram o “interruptor” molecular que orienta um pequeno, porém poderoso, conjunto de células responsáveis por decidir entre reparar tecidos ou combater infecções, uma descoberta que pode contribuir para o desenvolvimento de terapias regenerativas para doenças pulmonares crônicas, como parte da iniciativa Genesis da Mayo Clinic.
“Ficamos surpresos ao descobrir que essas células especializadas não conseguem desempenhar as duas funções ao mesmo tempo”, explica Douglas Brownfield, Ph.D., autor sênior do estudo. “Algumas se comprometem com a regeneração, enquanto outras se concentram na defesa. Essa divisão de tarefas é essencial — e, ao identificar o mecanismo que a controla, podemos começar a pensar em como restaurar o equilíbrio quando ele é comprometido pela doença.”
3. Células-tronco podem oferecer nova esperança no tratamento da doença renal em estágio terminal
Pesquisadores da Mayo Clinic descobriram que as próprias células-tronco dos pacientes, obtidas do tecido adiposo, podem ser injetadas antes da hemodiálise, que é o tratamento para a doença renal em estágio terminal, e que essa estratégia frequentemente ajudou a prevenir inflamação e estreitamento das veias. Essa abordagem pode permitir que milhões de pessoas tolerem a diálise por mais tempo, ampliando o período antes da necessidade de um transplante renal, no contexto da iniciativa Genesis da Mayo Clinic.
“Essa estratégia tem potencial para melhorar os resultados clínicos de milhões de pacientes com insuficiência renal, reduzir custos em saúde e orientar novas diretrizes clínicas para o manejo do acesso à diálise, caso seja validada em estudos clínicos maiores”, afirma Sanjay Misra, M.D., radiologista intervencionista da Mayo Clinic.
Com o uso de mapas detalhados dos padrões únicos de ondas cerebrais de cada paciente, médicos da Mayo Clinic agora conseguem identificar com precisão os pontos em que a estimulação é mais eficaz, superando a abordagem tradicional de tratamento da epilepsia baseada em um modelo único para todos. Essa pesquisa integra a iniciativa BIONIC.
“O objetivo de longo prazo é reduzir a atividade da rede de crises epilépticas, de modo que ela seja eventualmente ‘esquecida’ A reorganização da rede neuronal pode nos levar além do controle das crises, com a possibilidade de, de fato, curar a epilepsia", afirma Nick Gregg, M.D., neurologista da Mayo Clinic.
5. Novo biomarcador genético sinaliza tumores cerebrais agressivos
Pesquisadores da Mayo Clinic descobriram que, quando meningiomas — o tipo mais comum de tumor cerebral — apresentam atividade em um gene chamado transcriptase reversa telomerase (TERT), a doença tende a recidivar mais rapidamente, mesmo quando o tumor aparenta baixo grau ao microscópio. A descoberta faz parte da iniciativa Precure da Mayo Clinic.
“A alta expressão de TERT está fortemente associada a uma progressão mais rápida da doença”, explica Gelareh Zadeh, M.D., Ph.D., neurocirurgiã da Mayo Clinic e autora sênior do estudo. “Isso torna o TERT um novo biomarcador promissor para identificar pacientes com maior risco de desenvolver formas agressivas da doença.”
6. Pesquisadores da Mayo Clinic descobrem a ‘fonte da juventude’ do sistema imunológico
Pesquisadores da Mayo Clinic identificaram que algumas pessoas mais velhas mantêm o que chamaram de “juventude imunológica” – um termo cunhado pelos próprios pesquisadores para descrever um sistema imunológico jovem em pessoas com mais de 60 anos.
“Observamos que esses pacientes apresentam sistemas imunológicos muito jovens, apesar de estarem na faixa dos 60 ou 70 anos. "O custo disso, no entanto, é a autoimunidade", afirma Cornelia Weyand, M.D., Ph.D., reumatologista e médica-cientista da Mayo Clinic. A descoberta faz parte da iniciativa Precure da Mayo Clinic.
7. Ferramentas da Mayo Clinic permitem prever, identificar e diagnosticar Alzheimer e demências com mais rapidez
Pesquisadores da Mayo Clinic desenvolveram novas ferramentas para estimar o risco de uma pessoa desenvolver a doença de Alzheimer anos antes do aparecimento dos sintomas, como parte da iniciativa Precure, e para ajudar médicos a identificar padrões de atividade cerebral associados a nove tipos de demência, incluindo a doença de Alzheimer, em um único exame. Eles também confirmaram a precisão de um exame de sangue aprovado pela FDA que pode ser utilizado em clínicas ambulatoriais de memória para diagnosticar a doença em pacientes com diferentes graus de comprometimento cognitivo.
“Cada paciente que entra no meu consultório traz uma história única, moldada pela complexidade do cérebro”, afirma David T. Jones, M.D., neurologista da Mayo Clinic e diretor do Programa de Inteligência Artificial em Neurologia da Mayo Clinic. “Essa complexidade foi o que me levou à neurologia e continua a impulsionar meu compromisso com respostas mais claras.”
Quase metade do total de mulheres nos Estados Unidos apresenta tecido mamário denso, o que pode dificultar a detecção do câncer de mama por meio da mamografia. Pesquisadores da Mayo Clinic constataram que a adição de um exame complementar, chamado imagem molecular da mama (molecular breast imaging, ou MBI), à mamografia tridimensional aumentou em mais do que o dobro a capacidade de detectar câncer em mamas densas.
“Nossa pesquisa tem como foco a detecção dos cânceres mais letais, que podem incluir tumores invasivos de crescimento rápido. Se forem identificados mais cedo, provavelmente conseguiremos salvar mais vidas”, afirma Carrie Hruska, Ph.D., professora de física médica da Mayo Clinic e autora principal do estudo.
Após identificar uma molécula de açúcar que células cancerígenas utilizam em sua superfície para se esconder do sistema imunológico, pesquisadores da Mayo Clinic descobriram que essa mesma molécula poderá, no futuro, ajudar no tratamento do diabetes tipo 1, anteriormente conhecido como diabetes juvenil.
“Um dos objetivos seria fornecer células transplantáveis sem a necessidade de imunossupressão”, explica Virginia Shapiro, Ph.D., pesquisadora em imunologia da Mayo Clinic. “Embora ainda estejamos em estágios iniciais, este estudo pode representar um passo rumo à melhoria do cuidado.”
10. Novo estudo calcula a prevalência de doenças autoimunes
Pesquisadores da Mayo Clinic e colaboradores descreveram — pela primeira vez — a prevalência das doenças autoimunes nos Estados Unidos. O estudo estima que cerca de 15 milhões de pessoas tenham uma ou mais de 105 doenças autoimunes. A pesquisa também constatou que essas doenças ocorrem com mais frequência em mulheres e identificou as principais doenças autoimunes de acordo com prevalência, sexo e faixa etária.
“Saber quantos pacientes têm uma doença autoimune nos Estados Unidos é fundamental para avaliar se essas doenças estão aumentando ou diminuindo ao longo do tempo e com o tratamento”, afirma DeLisa Fairweather, Ph.D., vice-presidente de pesquisa translacional do Departamento de Medicina Cardiovascular da Mayo Clinic na Flórida e autora correspondente do estudo.
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